Braços e abraços

Foto: Tili Oliveira - IA/Canvas Variantes de toques singelos, os abraços são encontrados em poucos pontos de uma boa caminhada. A vida que segue — e se entrelaça em nossos cabelos desalinhados, em caminhos apressados que vêm e vão — nem sempre dá as mãos, nem abraça aquele que se aproxima. Assim, abraços longos de enamorados, palmas espraiadas umas nas outras e dedinhos que se tocam com delicadeza acabam por nos tirar do foco da caminhada, apenas para roubar de nós um olhar furtivo lançado aos seus autores. As meninas, pequenas, amam dar-se as mãos. Crianças lindas, de inocência ilibada — ou mesmo aquelas já tocadas pelo mal — mantêm firmes os desejos de serem tocadas: por suas mães, avós ou por outras crianças. Enterneço-me com seus olhares assustados, mas felizes, ao me verem sorrindo para elas. Enamorados grudadinhos, seguindo juntos rumo a seja lá onde for, demonstram no olhar o desejo de mudar de direção e irem para algum outro canto, para curtirem juntos aquele momento indelé...