Postagens

A Música muda tudo

Imagem
  imagem: ChatGTP Dias comuns demais às vezes me são incômodos. Então eu invento. Quando caminho, percebo que ao meu redor o som é estranhamente alto , quase ofensivo aos meus ouvidos. Às vezes, o automático da vida não me deixa notar. Mas, na maioria das vezes, esse ruído me aborrece. Então eu invento. Invento minha trilha sonora, o meu próprio som. Coloco os fones e deixo que a música que escolho seja a sonoplastia do meu dia. Deixo meus pés caminharem no ritmo da visão que quero ter do mundo. Olho ao meu redor e sinto as árvores dançando comigo. Percebo os olhares sobre mim e me imagino irmanada a cada ser ao meu entorno — e além! E, em poucos minutos, meu mundo muda: o ritmo, a monotonia, a cacofonia. E eu já não sou mais só, perdida num mundo caótico, barulhento e incolor...

Sendo onipotente hoje

Imagem
Imagem: ChatGPT Hoje estou fazendo acordo até com o caos. Não tenho pretensão de discutir com ninguém — nem com nada. É impossível resolver tudo sem ter todas as ferramentas necessárias. Caminhar é, e sempre será, a única escolha possível. Por isso, dei uma chance à pretensão de ser uma Deusa. Só por hoje, pretendo ser onipotente: decidir o que vou sentir ao caminhar pela vida caótica à minha volta. Alguns instintos nos dizem, às vezes, para deixar pra lá e desistir. Outras vezes, sussurram: “corra, sua louca, corra atrás e acerte o mal com uma pedrada”. E às vezes, você ouve o instinto. Outras, faz “ouvidos de mercador” e apenas segue em frente. Hoje, eu sou uma Deusa — e não quero resolver nada que não seja tão perfeito quanto uma linda árvore.

Por Inquietude

Imagem
  Imagem: ChatGPT Meus dias andam inquietos — o vento ruge em meus ouvidos como um leão chamando o seu bando.   Meu coração decidiu doer nestes dias, como se pressentisse um mal que em breve deve chegar.   Caminho recolhendo as últimas flores que os ipês derramam em despedida, sentindo o clamor das árvores pela chuva que chega — pouco, ou quase nada.   Há um lado da caminhada que me pede para seguir em frente, sem hesitar diante do que virá. O outro grita para eu parar, para me render — sim, ao desespero.   As folhas que batem em meu rosto vêm com o vento e as pequenas gotas da garoa que teima em cair; são espinhos em minha pele, sussurrando que é hora de recolher, de esperar.   Não há jeito fácil de chegar ao fim dessa caminhada, mas desejo que, ao menos, as dores sejam menos insistentes — que cessem enquanto tento me concentrar nos passos pelas ruas tão impermeáveis.   E então, quando sinto o sol e fecho minhas pálpebras por segundos ...

Um novo caminho se desenha

Imagem
Imagem: ChatGPT   Um novo caminho se desenha. Aos poucos ele vai se consolidando como uma possibilidade interessante. Dificuldades se seguem, fios emaranhados, semáforos intermináveis, prédios e mais prédios... Mas a vida se desenrola plena, mesmo que não entendamos como. Sigo apreciando o céu e as novas árvores e plantas que encontro pelo caminho. Demorei bastante para querer seguir pelos novos espaços, mas parece que o tempo das dificuldades sempre me leva à busca por novas paragens, como que para meditar. Sim, meditar é preciso, mas é muito difícil quando os ruídos não querem cessar dentro de nós. Quando as matracas não param de falar em nossas cabeças, nos aborrecendo com problemas, horários, compromissos e uma série de outras coisas inúteis, fica complicado dar vazão ao silêncio. Mas se insistirmos em seguir, mesmo sentindo todas as dores e dissabores, acredito que, em algum momento a música cessa e o breu infinito de instala, fazendo com que apenas os outros sen...

Enquanto há vida

Imagem
  Hoje caminhei mais uma vez em solitude. Uma caminhada difícil e necessária para tentar desafogar um pouquinho a alma de seus anseios e medos. Na minha utopia de vida, ninguém morre, sabe?! Sei lá, eu sempre espero que ninguém ao meu redor vá morrer. Sempre acredito que vá viver eternamente. Não que eu acredite de verdade nisso, mas a vontade está sempre ali, maior que a razão. Felizmente ou não, para a vida em si, continuar em frente é justamente efetivar o desaparecimento de alguém para que haja espaço para outrem. É da vida, dizem. Mas deveriam dizer “é da morte”. Mas sabemos que a utopia de todos é sempre reservada aos nossos próprios botões. É da nossa natureza sermos egocêntricos, fazer o quê? Assim como os escorpiões, não conseguimos evitar. Tá lá o morto estendido no chão, como dizia a música de Chico, mas ao passarmos por ele/ela, pensamos automaticamente: “ainda bem que não é ninguém que eu conheço”. Sempre tentamos preservar aqueles que nos são mais próximos, mais caros...

Aranhas

Imagem
Emaranhadas teias se estendem por postes e árvores — não é possível deter os olhos sem notar as garrinhas tenebrosas. São escuras ou transparentes; grossas, fininhas; feias, belíssimas. Podem ser potentes ou singelas e frágeis; enormes ou ainda um simples anel em volta de um pequeno botão de flor. No entanto, ao olharmos com mais vagar, sem tantos preconceitos, podemos perceber o quanto são imprescindíveis à natureza — e, especialmente, ao mundo atual. As luzes da cidade, tão lindas após o pôr do sol, escondem-se durante o dia entre frestas de fios emaranhados pelo tempo e pela falta de paciência dos homens. Às vezes, é até sombrio caminhar pela cidade que, com tantos encantos, parece não merecer tal afronta visual. Mas esses aglomerados, que à primeira vista parecem horripilantes, são capazes de nos deleitar em contemplação. Um mundo dentro de um mundo, dentro de um mundo… O que mais me intriga no universo das aranhas é justamente essa capacidade de se esconderem de forma tão enge...

Dores

Imagem
Nada na vida é de graça. Sempre que recebemos alguma coisa, a vida, inevitavelmente, nos cobra o retorno. Da mesma forma, sabemos que tudo o que damos — ou desejamos — ao outro, de algum modo, sempre retorna para nós. Hoje, ao caminhar pelo mesmo trajeto de sempre, sentindo intensas dores articulares, pensei muito sobre isso. Será que nossas dores, na maturidade ou na velhice, são o acúmulo das nossas ações ao longo da vida? Será que as dores que, por bem ou por mal, impingimos a outras pessoas voltam para nos assombrar quando nos aproximamos do fim? Ou seriam essas dores o reflexo de todas as vezes em que maculamos nossa essência? Quando dissemos “sim” ao que, no fundo, queríamos recusar. Quando nos deixamos arrastar para lugares e sensações que não desejávamos. Quando sonhamos com algo grandioso, mas desistimos por parecer pouco rentável — ou por medo da reprovação dos nossos pares. Há muitas teorias — psicológicas, filosóficas, médicas e espirituais — para as dores inexplicávei...