Aranhas

Foto: ChatGPT
Emaranhadas teias se estendem por postes e árvores — não é possível deter os olhos sem notar as garrinhas tenebrosas. São escuras ou transparentes; grossas, fininhas; feias, belíssimas. Podem ser potentes ou singelas e frágeis; enormes ou ainda um simples anel em volta de um pequeno botão de flor.

No entanto, ao olharmos com mais vagar, sem tantos preconceitos, podemos perceber o quanto são imprescindíveis à natureza — e, especialmente, ao mundo atual.

As luzes da cidade, tão lindas após o pôr do sol, escondem-se durante o dia entre frestas de fios emaranhados pelo tempo e pela falta de paciência dos homens. Às vezes, é até sombrio caminhar pela cidade que, com tantos encantos, parece não merecer tal afronta visual. Mas esses aglomerados, que à primeira vista parecem horripilantes, são capazes de nos deleitar em contemplação. Um mundo dentro de um mundo, dentro de um mundo…

O que mais me intriga no universo das aranhas é justamente essa capacidade de se esconderem de forma tão engenhosa e por tanto tempo. É fascinante percebê-las — e, sempre que as enxergamos, mesmo as mais minúsculas, nos agitamos e damos pequenos gritinhos de espanto e empolgação.

Não importa nossa idade: as aranhas sempre nos surpreenderão. E nós, invariavelmente, nos sentiremos fascinados pelos seus mistérios.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Pelas Janelas da Memória

Caminho se conhece andando

Eu vejo flores em você